sábado, 20 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Outro fim
Eu entendo a morte
A morte do amor
Entendo o fim
O ponto final
Não posso entender
Contudo
O cálculo do desprezo
O silêncio com palavras
Ocultas
O amor encarcerado
E que quer se dar
De uma forma só
Ou nada
Ou melhor
Eu entendo
Que o silêncio com palavras
Palavras de mágoa oculta
Se assim for
É o desprezo ao amor
Um outro triste fim
Mas este sim
O último ponto final
História
Antigos seremos
Empunhando bandeiras
Mais valiosas que as vidas
Menos importantes que um naco de chão
A mais
A mais
Modernos seremos
Quando desfizermos o mistério dos enlaces
Mais parecidos com nós de marinheiro
Que nos prendem ao mastro da embarcação
Pois em mares bravios
Talvez seja preciso cair no mar
Para nos salvar
Contemporâneos
Seremos
Quando a vida
O chão
O mar
E a embarcação
Forem todos uma coisa só
Unidos por nenhum nó
Nenhum nó
(Para minha amiga Eliana Pichinine (versoseanversosfotogenicos.blogspot.com)
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Eu digo
Te amo
Que importa se há gesto nas palavras?
Te amo
Que importa se as palavras soam longe?
Te amo
Que importa se nunca farei o que digo?
Te amo
Que importa sequer se eu realmente existo?
Te amo
Que importa a mais além disso:
Te amo
E se dizer o amor assim tão claro
Assusta os gestos, a palavra, a existência
Que importa?
Eu digo
Mesmo que a resposta seja
Silêncio
Um conto
Te amo
Um poema
Te amo
Uma canção
E é seu meu coração
Cintilância em aspereza
Você me toca
A folha cai
A superfície de um lago
O Silêncio na floresta
Você me toca
O vento o vento o vento
O chamado
Um reacendimento
Você me toca
Cintilância em aspereza
Desfalecimento
Úmida beleza
domingo, 14 de agosto de 2011
UM NADA
Em nada sou pra você
Em nada nada nada
A minha cara lavada
Marcada com meus desencantos
Meus cantos de corpo que sobram
Encantos de corpo que faltam
Minha alma escancarada
Em nada sou pra você
Em nada nada nada
Não sou princesa na torre
Nem virgem de pouca jornada
Botei o rosto no espelho
Chorei de ficar manchada
O tempo é só o que tenho
O tempo é a minha enxada
Os calos, suor e cantigas
São pra você um nada
Um nada
De nada
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Líquido e Complexo
Tenho medo da parte quieta do seu nexo
A parte rija dele
A que o excede em muito
E que transborda em mim
Líquido e complexo
O desvario tinto dos seus pensamentos
O rascante corte da parte que renega
O medo que em mim transborda
E excede
O desvario doce dos meus pensamentos
Pedro Mexia - Vamos Morrer
Pedro Mexia: "Vamos morrer"
Vamos morrer, mas somos sensatos,
e à noite, debaixo da cama,
deixamos, simétricos e exatos,
o medo e os sapatos.
MEXIA, Pedro. Senhor fantasma. Lisboa: Oceanos, 2007.

De volta pra mim - CD Flor do Sol
"De volta pra mim", canção do meu CD Flor do Sol, com fotos que tirei ontem, enquanto voltava pra mim, beirando o mar...
http://youtu.be/ylxv2-xkgDY
http://youtu.be/ylxv2-xkgDY
Assinar:
Postagens (Atom)